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Suspenso julgamento do caso Não-Justiça com forte aparato policial

Um forte aparato de segurança acompanhou, durante esta quarta feira,27, o primeiro dia do julgamento do advogado Amadeu Oliveira, cuja audiência foi suspensa para ser retomada na próxima sexta-feira, 01 de março, às 08H30. Segundo envolvidos no processo, nesta primeira sessão do Tribunal Criminal da Praia a inquirição incidiu sobretudo no passado profissional e pessoal do acusado, numa suposta estratégia para descredibilizar Amadeu Oliveira».

O ASemanaonline esteve no local e verificou que a sala de audiência foi insuficiente para acolher as pessoas que queriam acompanhar o julgamento – algumas pessoas ficaram nos corredores do edifício e dezenas de outras aglomeraram-se frente ao Palácio de Justiça, muitas das quais trajadas com camisola, ostentando inscrições como «Amadeu Oliveira herói», «Amadeu Oliveira, revolucionário», entre outras.
«Além de residentes em Santiago, vieram pessoas dos EUA, de Portugal, S.Vicente e Sal para propositadamente acompanharem o julgamento e prestarem a sua solidariedade ao advogado Amadeu Oliveira», diz uma testemunha do acto, que fez questão de realçar o forte dispositivo policial presente, que trabalhou para que o processo decorresse na segurança e sem qualquer incidente.

O julgamento, que decorreu sob o comando do juiz Alcides Andrade, foi, no entanto suspenso para ser retomado na próxima sexta-feira,01. Em causa está a necessidade de as partes tomarem o conhecimento de novos documentos remetidos pela acusação – Amadeu Oliveira está acusado de 14 crimes de Injúria e Calúnia. «O julgamento foi suspenso para ser retomado na sexta-feira, 08H30, em virtude da acusação ter apresentado um número indeterminado de documentos, que foram remetidos ao Tribunal pelo juiz-conselheiro Benfeito Mosso Ramos, pelo que todas as partes envolvidas têm a necessidade de os consultar antes do processo de julgamento», revela a nossa fonte.

Esta faz questão de realçar que o primeiro dia do julgamento incidiu no passado profissional e pessoal do acusando, ignorando o objecto da acusação. « No primeiro período do dia -27, a inquirição do acusado Amadeu Oliveira ficou a cargo sobretudo do advogado José Manuel Pinto Monteiro, em representação da juíza-conselheira Presidente do Supremo Tribunal da Justiça, Fátima Coronel. Incidiu sobretudo no passado profissional e pessoal do acusado, isto numa suposta estratégia para descredibilizar o arguido para depois tentarem a conclusão de que as suas denúncias sobre a alegada «Não-Justiça» não merecem a credibilidade», realça um jurista apoiante de Oliveira.

A mesma fonte acrescenta que, dentro dessa estratégica, foram levantadas questões relacionadas com a sua vida pessoal, nomeadamente ligadas com supostas amantes e namoradas, no desempenho profissional de Amadeu Oliveira quando era Procurador da República na ilha do Sal (1997 a 2001), escaramuças ou brigas no tempo em que o réu era estudante em Lisboa e outros aspectos relacionados com o seu passado.

«Mesmo sabendo que aquelas questões pouco tinham a ver com o objecto do processo, Amadeu Oliveira aceitou responder todas as perguntas», pontua o interlocutor deste diário digital.

Já na segunda parte de quarta-feira é que as questões incidiram sobre o objecto do processo – a alegada Não Justiça -, mas uma hora depois o juiz Alcides Andrade suspendeu a audiência, pelas razões referidas, para ser continuada na próxima sexta-feira,01 de março.

Conforme o ASemanaonline apurou, tanto no período de manhã como na parte da tarde, a sala de audiência do Tribunal da Praia foi insuficiente para receber todas as pessoas que queriam assistir o referido julgamento – muitas ficaram nos corredores do edifício e dezenas de outras aglomeraram-se frente ao Palácio da Justiça. O dispositivo de segurança foi reforçado – PN bloqueou com viaturas de piquete uma das vias que dava acesso ao palácio – mas tudo correu sem incidente.

Fonte: https://www.asemana.publ.cv/?Suspenso-julgamento-do-caso-Nao-Justica-com-forte-aparato-policial-Equipa-de&ak=1

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